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domingo, 9 de outubro de 2011

Ativismo Socioambiental Insustentável

Liliana Peixinho *
Como ser um ativista socioambiental comprometido com ações reais de preservação da Vida, da biodiversidade, de onde tudo e todos dependemos a cada novo dia , sem ter que pagar a conta do trabalho do próprio bolso, e sem ter que fazer alianças com o marketing verde vazio, perverso, criminoso e em alta no mercado, cego, aos perigos que nos ronda, diariamente?

Para jornalistas, ambientalistas, ativistas socioambientais sérios, críticos, atentos e realmente comprometidos com as mudanças que precisam ser feitas para a garantia de Vida Cotidiana não há espaço para se fazer o que o Planeta estar a nos exigir para garantimos a Vida. Escrevi diversos artigos sobre sobre o papel da mídia na construção da cidadania ambiental, onde as pautas precisam ser aprofundadas, investigadas, linkadas com o contexto histórico e real da Vida no século 21, onde a Ciência precisa urgente estar realmente a serviço da vida, em sua total e complexa simplicidade. Mas o que observamos é a manutenção de um sistema onde o capital continua sendo especulativo, predatóirio e alheio a problemas sérios para a garantia de vida em equilíbrio como falta de segurança, saúde, educação, moradia e comida decente.

A expressão SUSTENTABILIDADE ganhou proporções de banalização em larga escala, mundo afora e no Brasil, onde o desperdício é cultural e histórico, em todas as áreas, o termo mais do que banalizado está sendo capitalizado por empresas e governo que nada querem de compromisso real. A ordem política continua sendo crescer e crescer, a qualquer custo, pois o povo, que fortalece o poder político, continua sendo controlado por contrapartidas eleitoreiras de migalhas.

Apesar de ser consenso entre jornalistas, ambientalistas, ativistas e até empresários de que precisamos colocar o discurso em prática, o desafio de sensibilizar os grandes, o poder de decisão de editores, diretores, proprietários de grandes veículos, empresariado e público consumidor de notícia, ainda parece longe do cotidiano, como política e prática para uma Comunicação Sustentável. A necessidade de informações investigativas, sem rabo preso, com a linguagem simples e de valor construtivo para uma interação harmoniosa entre produtor e consumidor de informação está distante do compromisso com a preservação da grande matriz: recursos naturais.

A Cidadania Ambiental é proporcional aos filtros de informação que a sociedade pode ter acesso para tomar suas decisões com relação a consumo, posicionamento político, proatividade em cadeias produtivas que incentivem a nova Economia Circular e isso depende de aprofundamento, cuidado com os detalhes, para a produção da informação com qualidade. Como imparcialidade realmente é mito, mentira, embromação de jornalismo descomprometido com a informação de valor social, o compromisso do apurador, do investigador de informações, do repórter, precisa estar conectado com a real vontade pessoal de investigar e confrontar diversas fontes para passar a informação dos fatos com o compromisso que o contexto do fato requeira Mas os interesses entre proprietários de veículos de informação e sua representação histórica do poder de decisão no quê, como, quando, quanto e onde, será dada, ou não, uma informação, emperra o avanço dessa cidadania.

Liliana Peixinho*-DRT 1.430 – Jornalista, ativista sociombiental. Fundadora dos Movimentos AMA/RAMA- Rede de Articulação e Mobilização em Comunicação Ambiental Aluna Especial mestrado Cultura e Sociedade e da pós graduação em Jornalismo Científico e Tecnológico - Facom – UFBA

http://www.amigodomeioambiente.com.br/

lilianapeixinho@gmail.com/

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